quinta-feira, 24 de agosto de 2017

ABC E AUTISMO, UM TOQUE QUE PODE AJUDAR

ABC E AUTISMO, UM TOQUE QUE PODE AJUDAR

Por Heloisa Sant’Anna Kiló RU 1232791
Polo – Campo Largo
24/08/2017
Fonte: Reprodução / PlayStore.

            Atualmente no mundo a cada 50 crianças, uma é diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista). O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento com impactos importantes no desenvolvimento do indivíduo que começa a se manifestar no primeiros três anos de vida, gerando grandes dificuldades na comunicação, interação social e aprendizagem.
            E é na dificuldade de aprendizagem que a tecnologia surge para auxiliar crianças no processo de alfabetização. Muitos aplicativos estão sendo desenvolvidos e muitos também já estão em pleno funcionamento em escolas e nas casas de crianças com autismo.
Assim como o aplicativo ABC Autismo, que já passou dos 40 mil downloads, e que visa auxiliar crianças diagnosticadas com TEA que apresentam dificuldades de aprendizagem. O aplicativo foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas, inspirado no Programa de Tratamento e Educação para Autistas e Crianças (TEACCH), da Carolina do Norte (EUA), o qual é reconhecido mundialmente por ser utilizado em práticas pedagógicas no processo de alfabetização de crianças autistas.
            Segundo Monica Ximenes, coordenadora do projeto que desenvolveu o aplicativo, o ABC se baseia em quatro níveis de dificuldade, onde nos dois primeiros a criança aprende habilidades como transposição e discriminação.  Já a partir do terceiro nível, o usuário precisa impor um pouco mais de atenção, pois o grau de complexidade aumenta. E no quarto nível, o aplicativo direciona-se a questão do letramento, onde a criança inicia o reconhecimento de vogais, separação de sílabas e formação de palavras.
            Na prática o aplicativo foi testado em uma escola da rede municipal da cidade de Barbacena, que atende alguns alunos diagnosticados com TEA e estão na fase de alfabetização. Segundo a professora Silabaria, o primeiro contato com o aplicativo foi empolgante, pois ele apresenta atividades que possibilitam a criança a desenvolver sua concentração, pois conta com atividades lúdicas que facilitam a apreensão da atenção.
            O aluno XR de seis anos, se mostra empolgado a cada atividade desenvolvida no aplicativo, ele já explorou os dois primeiros níveis, e segundo observações da professora, ele vem apresentado bons resultados de acordo com a complexidade que a cada nova fase vai exigindo.
            Uma das facilidades deste aplicativo, segundo a professora entrevistada, é que ele apresenta uma boa interface, o que representa um aliado para a criança, pois seu acesso é facilitado, aprimorando assim sua autonomia.
            Já a coordenadora pedagógica, que supervisiona os trabalhos realizados com os alunos e estas tecnologias, relata que o aplicativo ainda precisa de melhorias, pois seria necessário mais módulos com graus de dificuldades maiores.

            O fato é que as tecnologias estão realizando um ótimo trabalho em conjunto com as dificuldades de aprendizagem que alunos autistas apresentam durante o processo de alfabetização. Com a interferência do professor, elas podem proporcionar aos alunos uma chance a mais de cada vez estar mais inclusos dentro da sala de aula. Mas uma questão gera receios, para que a tecnologia possa ser considerada realmente como uma ferramenta de aprendizagem na inclusão, é necessário que todos possam ter o acesso, o que infelizmente sabemos que não é o que encontramos em muitas escolas no Brasil.

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