terça-feira, 12 de setembro de 2017

         Da necessidade de se comunicar com a filha, surgiu uma ideia inovadora

    Por (Jaíne Aparecida Bianco- RU:1875946)
    Polo – Campo Largo - PR
    Data (25/08/17)
                                                                  

                                   Carlos, Clara e Aline (Fonte: Google)
   
          As tecnologias, vem ganhando mais espaço na vida de pessoas com necessidades especiais, pais, alunos e professores são beneficiados quando conseguem fazer o uso de ferramentas a favor do aprendizado dos estudantes.
      Jogos educativos, celulares, computadores adequados e tablets, são uma nova possibilidade na aprendizagem de crianças especiais – tecnologia assistiva é algo ainda novo, porém, nada mais é do que, recursos que ampliam as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, com o intuito de uma vida independente e inclusiva.
     Carlos Pereira (Analista de Sistemas), é proprietário da Livox, aplicativo que desenvolveu para que ele e sua esposa (Aline) pudessem se comunicar com a filha, Clara que tem paralisia cerebral devido ao um erro durante o parto.
        “A comunicação é a necessidade mais básica do ser humano. Segundo a ONU, um milhão de pessoas têm algum tipo de deficiência. Eles formam a maior minoria do planeta e correm maior risco de exclusão”, diz o analista. “Comecei com algo bem simples, no meu celular mesmo, escrito apenas ‘sim’ ou ‘não’. Só com isso já dava para ‘conversar’ bastante com minha filha. Com o tempo adicionei novos itens e depois comprei um tablet. O Livox foi o primeiro app deste tipo em português do mundo, e atualmente ele é capaz de falar mais de 25 idiomas! Além disso, o Livox cresceu de uma forma que contém recursos exclusivos que permitem que ele se adeque a uma ampla variedade de deficiências motora, visual, cognitiva etc. Não há nada similar no mercado!” completa.
      O Livox é um software para tablets, que permite a comunicação de pessoas com deficiência, possui algoritmos para distúrbios motores, cognitivos e visuais, é diferente de acordo com o tipo e grau de deficiência de cada pessoa, conexões distintas para cada limitação. Usuários que sabem ler ou não, quem pode ver, quem não pode ver e aqueles que não entendem conceitos abstratos podem estar usando a ferramenta.
        O aplicativo Livox, que tem como “liberdade e voz” cujo nome vem do latim, permite a comunicação de pessoas com o comprometimento na fala e, acolhe diferentes tipos de deficiência e doenças como Autismo, ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
       A ferramenta foi criada em 2011 no Porto Digital do Recife (PE) um dos mais influentes parques tecnológicos do país, sendo que já ajudou mais de 20 mil pessoas com necessidades a se comunicarem.
        Foi graças a essa invenção de Carlos, que a professora Angela Maria pode trabalhar com dois de seus alunos que tem paralisia cerebral de uma turma do 7º ano no Piauí, para ela a invenção de Carlos foi mais do que facilitar a vida dos professores e das famílias é lembrar que essas pessoas com deficiências também existem.
        “Eu gosto bastante de trabalhar com o Livox em várias disciplinas, mas eu vejo que o Felipe e o Gustavo adoram usar em ciências, sempre estão bem animados. Acho excelente termos alguém que pense neles, porque eles se expressam aquilo que sentem com autonomia” diz a professora.
    “Nossa escola São Braz aqui no Piauí vem desse pensamento ‘basta tentar’, conseguimos essas tecnologias para que todos os estudantes sempre possam estar no mesmo nível de aprendizado. É uma sensação de liberdade sabe? Você poder fazer algo ali por você, se sentir ‘gente’, é uma troca de experiências incrível, a gente aprende com eles também e eles aprendem com o mundo, nunca vi um aplicativo assim ser arcaico na educação de pessoas especiais, acredito que é preciso muito mais, nós podemos ainda muito mais!” complementa. 

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