TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INCLUSÃO DE ALUNOS CEGOS
Por Elisângela Lunardon – RU 1800345
Polo – Campo Largo
22/08/2017
Fonte: http://clokaki.com.br/wp-conten/uploads/2013/04/leitura_em_Braile.jpg
Usuários podem converter textos gratuitamente
com a ferramenta “Braille Fácil”, desenvolvida por professor da UFRJ.
Professor
José Antônio Borges, da UFRJ
criou um aplicativo para celular que traduz textos do Braille para o português.
O desenvolvimento do aplicativo é muito útil para o entorno das pessoas cegas.
Por
quê? Segundo o professor pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
os docentes de sua região não conseguem entender o que alguns de seus alunos
cegos escrevem em Braille. Este foi o primeiro passo para o desenvolvimento do
aplicativo.
O
desenvolvimento do aplicativo é muito útil para o entorno das pessoas cegas.
Foi o que explicou o professor: “não é destinado aos cegos, mas às suas
famílias, aos seus amigos e principalmente aos seus professores".
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que o número de crianças com
deficiência visual em todo o mundo equivale a 19 milhões, dos quais 12 milhões
sofrem de erros de refração, facilmente diagnosticáveis e corrigíveis. Cerca
de 1,4 milhão de crianças menores de 15 anos sofrem de cegueira irreversível e
precisam de intervenções de reabilitação visual para o seu pleno desenvolvimento psicológico e pessoal.
De acordo com o censo realizado em 2010,
no país existem mais de 6,5 milhões de pessoas
com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão.
Como funciona?
Seu funcionamento
é muito simples e prático. Os professores poderão baixar ou carregar uma foto
de um livro ou texto em Braille no aplicativo, depois deverão cortar a imagem e
enviá-la para processamento. O resultado é a sua decodificação para o alfabeto português.
Com o
uso do aplicativo, os professores que trabalham principalmente em escolas
especiais para crianças cegas não precisam aprender esse tipo de linguagem.
Hoje, utilizam máquinas Perkins para decodificar textos. Com as novas
tecnologias, se facilitaria seu trabalho no âmbito da educação, como o será
para todo o entorno familiar de um cidadão cego.
Seu uso na escola
A ideia
central dessa criação é que o aplicativo possa ser usado nas escolas, como primeiro
passo. A primeira escola que o professor visitou com seu projeto foi a Escola
Especial Professora Maria, a qual está localizada na área central da cidade de
Campo Largo e as salas de aula têm entre 4 e 5 alunos, com idade de 4 a 13
anos.
Muitas
pessoas que são cegas ou deficientes visuais não têm a possibilidade de
frequentar escolas regulares porque seus educadores não conhecem o sistema de
escrita e leitura. Nesse sentido, o professor enfatizou que a criação do aplicativo
“é uma ferramenta para integrar escolas regulares porque seus professores não
precisam saber o Braille”.
Enquanto
isso, nas escolas especiais que já recebem ou possuem conteúdos nesta língua e
hoje são decodificadas com máquinas manuais, com a introdução do “Braille Fácil” se “facilitará
a inclusão e aprendizagem de crianças cegas ou com deficiência visual”,
explicou.
O
professor, em sua visita à escola, ficou surpreso com a importância que o
sistema Braille continua a ter para os alunos. O professor observou que “para
os cegos é insubstituível porque eles desenvolvem o senso de toque”, manifestou
e ficou surpreso com a forma como uma menina “lia equações de 2º Grau em
Braille”.
Maria Julia,
professora naquela escola, comentou que o aplicativo está se mostrando muito
útil, pois facilita a comunicação com os alunos cegos e espera ver a expansão do
uso dessa ferramenta, a qual pode ser fundamental para a aprendizagem de
pessoas com deficiências visuais ou cegas.
A ansiedade é que este
aplicativo esteja pronto o mais rápido possível, pois segundo o professor, ele
ainda está se preparando para o lançamento em breve de algumas novas funções.
Uma deles será que depois de ter o texto decodificado em português, os alunos
também o possam ouvir. Ou seja, o aplicativo Braille converterá o texto em
áudio.
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