sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Tecnologia a serviço da inclusão de alunos cegos

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INCLUSÃO DE ALUNOS CEGOS

Por Elisângela Lunardon – RU 1800345
Polo – Campo Largo

22/08/2017
                                   
                            Fonte:  http://clokaki.com.br/wp-conten/uploads/2013/04/leitura_em_Braile.jpg

Usuários podem converter textos gratuitamente com a ferramenta “Braille Fácil”, desenvolvida por professor da UFRJ.
Professor José Antônio Borges, da UFRJ criou um aplicativo para celular que traduz textos do Braille para o português. O desenvolvimento do aplicativo é muito útil para o entorno das pessoas cegas.

Por quê? Segundo o professor pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os docentes de sua região não conseguem entender o que alguns de seus alunos cegos escrevem em Braille. Este foi o primeiro passo para o desenvolvimento do aplicativo.

O desenvolvimento do aplicativo é muito útil para o entorno das pessoas cegas. Foi o que explicou o professor: “não é destinado aos cegos, mas às suas famílias, aos seus amigos e principalmente aos seus professores".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que o número de crianças com deficiência visual em todo o mundo equivale a 19 milhões, dos quais 12 milhões sofrem de erros de refração, facilmente diagnosticáveis ​​e corrigíveis. Cerca de 1,4 milhão de crianças menores de 15 anos sofrem de cegueira irreversível e precisam de intervenções de reabilitação visual para o seu pleno  desenvolvimento psicológico e pessoal.

De acordo com o censo realizado em 2010, no país existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão.

Como funciona?

Seu funcionamento é muito simples e prático. Os professores poderão baixar ou carregar uma foto de um livro ou texto em Braille no aplicativo, depois deverão cortar a imagem e enviá-la para processamento. O resultado é a sua decodificação para o alfabeto português.

Com o uso do aplicativo, os professores que trabalham principalmente em escolas especiais para crianças cegas não precisam aprender esse tipo de linguagem. Hoje, utilizam máquinas Perkins para decodificar textos. Com as novas tecnologias, se facilitaria seu trabalho no âmbito da educação, como o será para todo o entorno familiar de um cidadão cego.

Seu uso na escola

A ideia central dessa criação é que o aplicativo possa ser usado nas escolas, como primeiro passo. A primeira escola que o professor visitou com seu projeto foi a Escola Especial Professora Maria, a qual está localizada na área central da cidade de Campo Largo e as salas de aula têm entre 4 e 5 alunos, com idade de 4 a 13 anos.

Muitas pessoas que são cegas ou deficientes visuais não têm a possibilidade de frequentar escolas regulares porque seus educadores não conhecem o sistema de escrita e leitura. Nesse sentido, o professor enfatizou que a criação do aplicativo “é uma ferramenta para integrar escolas regulares porque seus professores não precisam saber o Braille”.

Enquanto isso, nas escolas especiais que já recebem ou possuem conteúdos nesta língua e hoje são decodificadas com máquinas manuais, com a introdução do “Braille Fácil” se “facilitará a inclusão e aprendizagem de crianças cegas ou com deficiência visual”, explicou.

O professor, em sua visita à escola, ficou surpreso com a importância que o sistema Braille continua a ter para os alunos. O professor observou que “para os cegos é insubstituível porque eles desenvolvem o senso de toque”, manifestou e ficou surpreso com a forma como uma menina “lia equações de 2º Grau em Braille”.

Maria Julia, professora naquela escola, comentou que o aplicativo está se mostrando muito útil, pois facilita a comunicação com os alunos cegos e espera ver a expansão do uso dessa ferramenta, a qual pode ser fundamental para a aprendizagem de pessoas com deficiências visuais ou cegas.
A ansiedade é que este aplicativo esteja pronto o mais rápido possível, pois segundo o professor, ele ainda está se preparando para o lançamento em breve de algumas novas funções. Uma deles será que depois de ter o texto decodificado em português, os alunos também o possam ouvir. Ou seja, o aplicativo Braille converterá o texto em áudio.

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